A família da paciente Ellen Ferreira, de 31 anos, residente em Paris – França, e que veio para Itabuna com intuito de colocar implantes de silicones nos seios e, que por imperícia médica teve complicações no seu quadro de saúde, desabafou em vídeo a indignação sofrida pelos familiares contra o cirurgião grapiunense. Relembre o caso clicando aqui.
Confira;
A nossa redação entrou em contato com a assessoria de comunicação da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, no entanto, até o momento, uma nota de esclarecimento não nos foi encaminhada. Sobretudo, o cirurgião Dr. Claúdio Brandão, que conhece o trabalho do colega que realizou a cirurgia em Ellen nos encaminhou um e-mail esclarecendo alguns fatos, veja na íntegra:
NINGUÉM É CIRURGIÃO PLÁSTICO POR ACASO
Caro Tom,
Em nome da amizade que nos une, tomei a liberdade de escrever essas linhas, não em defesa do cirurgião plástico ora sacrificado, pelas queixas de uma paciente dele, e mal absorvidas por alguns de seus leitores.
A cirurgia plástica como todos procedimentos cirúrgicos nunca foi, ou será, uma técnica infalível, milagrosa, desprovida de riscos e complicações como a mídia leiga insiste em qualificar.
Complicações essas, compostas de variáveis dependentes desde as respostas individuais ao trauma cirúrgico, condições pessoais ou hereditárias de cicatrização, rejeições a implantes, pacientes fumantes, infecções dependentes do sistema imunológico dos pacientes, problemas orgânicos não detectados por exames minuciosos preparatórios, técnicas atualizadas adotadas nos inúmeros congressos, simpósios, sejam nacionais ou internacionais que um cirurgião plástico investe para se manter em dia com suas funções. Isso significa que nenhum cirurgião plástico devidamente preparado e qualificado é aventureiro ou irresponsável na indicação cirúrgica transformando o desejável no possível de ser feito no dialogo com o paciente nas consultas operatórias. Quando não se consegue chegar no denominador comum harmonizando o desejável (paciente) e o possível (cirurgião), o preferível é não realizar a cirurgia, uma vez que nesses casos os resultados podem ser catastróficos nunca agradaria a paciente.
Assim, como a lei determina que toda cirurgia plástica estética é uma obrigação do resultado a partir do profissional que a realiza, esquecendo-se muitas vezes de todas variantes citadas acima, além de estabelecer a relação médico-paciente como relação de consumo, transforma o paciente num mero consumidor e o médico assistente num mero prestador de serviço, desvirtuando essa relação, esquecendo que existem segredos, mais íntimos possíveis, confiados ao médico, que o transformam numa espécie de sacerdote ou conselheiro.
Assim, voltando ao caso da reportagem: Imperícia médica compreende á falta de habilitação devidamente comprovada de um médico junto aos órgãos de classe Conselho Federal de Medicina ( CFM) e as Sociedades de Especialidades Médicas. Para Ilustrar SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA ESTÉTICA não existe e tampouco é reconhecida pelo CFM. O colega em questão é devidamente qualificado como Membro Titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, além de tecnicamente ser um excelente cirurgião.
Próteses mamarias são corpos estranhos. Quando introduzidos se comportam como tal, e vão desencadear vários tipos de reações aos paciente, desde a aceitação pelo organismo ( o que acontece na grande maioria das vezes), até a rejeição completa. essa intercorrência temida raríssima, tanto pelo paciente como pelo cirurgião, devem ser informadas aos pacientes. Fato que acredito que foi devidamente feito.
O seguimento que foi feito, segundo a reportagem também foi o indicado. Quando um paciente resolve ser operado por um determinado médico, significa que houve uma relação mutua de confiança e empatia de ambos os lados e essa confiança deverá ser mantida, pois independente dos pregadores da desarmonia, o que está em pauta é saúde psicológica da paciente e do médico assistente que tem condições técnicas e conhecimento científico para resolver o problema.
Para terminar digo se preciso for, com algum filho, filha ou parentes meus submeter-se a cirurgia com o colega, confiaria no mesmo como se fosse eu a realizar a intervenção.
Atenciosamente, Dr. Claudio Brandão – Cirurgião Plástico